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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

PLANEJAMENTO NO SETOR DE SERVIÇO SOCIAL NA UFERSA/RN: EXECUSSÃO E DESAFIOS

Alex Andrade discente do curso de Serviço Social da Faculdade Católica Nossa Senhora das Vitória Assu/RN.
RESUMO
Introdução: O presente artigo aborda a ferramenta técnico-operativa do planejamento em Serviço Social como forma de atuação sistematizada e organizada de agir profissionalmente na garantia de direitos dos usuários que demandam das políticas públicas, isso sem perder o foco das outras dimensões: teórico-metodológica e ético-política que articuladas podem superar as dificuldades que existem nos espaços sócio-ocupacionais e as pressões externas que são provenientes da correlação de forças da divisão de classes. Objetivo: Discutir dentro de uma dada realidade a questão do planejamento e sua relação com atuação profissional identificando, dentro do planejamento, as dificuldades de planejar e executar, bem como o próprio planejamento pode ser a ferramenta que objeta uma atuação voltada para garantia e efetivação dos direitos. Métodos: O caminho percorrido foi pesquisa bibliográfica acerca do planejamento e do planejamento em especifico em Serviço Social para dimensionar  a temática, em seguida foi aplicado um questionário na Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN, com uma profissional da Assistência Social desta instituição. Em seguida foram relatadas as repostas e feitas análises das mesmas para relacioná-las com as teorias estudadas. Resultados: Como consequência do questionário aplicado obteve-se respostas claras e objetivas que permitiram ter um olhar crítico sobre os principais efeitos que o planejamento gera na atuação do Serviço Social na instituição e as reflexões que se obtiveram acerca da relação teoria/prática. Conclusão: apreendeu-se que na instituição pesquisada, com relação ao planejamento em Serviço Social, existem desafios a serem superados pelos profissionais tanto no planejamento como na execução deste e que esses limites podem se constituir barreiras para efetivação de direitos sociais, principalmente dos alunos que demandam das políticas ofertadas.

Palavras Chave: Planejamento. Serviço Social. Atuação Profissional.
1. INTRODUÇÃO
            Planejar ações é ato inerente ao ser humano, principalmente na vida moderna onde se tem uma gama de conhecimentos que possibilitam uma melhor ação em uma atividade previamente pensada. Na atuação de qualquer área profissional, o planejamento se erige ferramenta indispensável para o alcance de eficiência e eficácia dos trabalhos construídos no exercício de qualquer empresa, seja pública ou privada.
            Farei breves considerações acerca do planejamento: sua definição; uma conceituação crítica baseado na própria atuação do assistente social – enquanto profissional qualificado tanto teoricamente como politicamente acerca da realidade social em que ele e os usuários estão inseridos.
            Em seguida, abordarei em especial a ferramenta do planejamento como instrumento de atuação do assistente social dentro da Universidade Federal Rural do Semi-Árido na cidade de Mossoró/RN. Para tanto farei uso de um questionário simples com cinco questões que permeiam a temática dentro da atuação profissional. Sequencialmente elencarei os resultados do questionário e farei uma análise das respostas dadas pela profissional da assistência social.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Breve Considerações acerca do planejamento em Serviço Social
Sendo o planejamento uma atividade que teleológica, ou seja, um pensamento antecipado para alcance de um objetivo definido ela este intrinsecamente relacionado às atividades que serão desenvolvidas por pessoas em todos os níveis da vida. O planejamento como ato da administração. Segundo a definição de Chiavenato:
 [...] a primeira função administrativa, por ser aquela que serve de base para as demais funções. O Planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los. (CHIAVENATO, 2000, p.195).
Batista (2000) aborda a dimensão da racionalidade no planejamento, onde esta é uma ferramenta para se pensar e agir dentro de uma sistemática analítica, estudando as situações, prevendo seus limites e suas possibilidades, propondo-se objetivos, e se organiza por operações complexas: a da reflexão; a da decisão; a da ação; e da tomada de reflexão.
Para além dessas assertivas, a Lei n° 8662/93 que regulamenta a profissão do assistente social traz em seu artigo 4º que as competências deste:
[...] VI - Planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; VII - Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais; X – Planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e Unidades de Serviço Social; [...] (BRASIL, 1993, grifo nosso).
Como se observa a profissão é atribuída de competências que coloca o assistente social como, ao contrário do que muitos profissionais da assistência pensam, um ator que não somente executa, mas planeja as políticas públicas tanto como forma de implementá-las como forma de pensá-las, pondo em relevância seu saber profissional, apto a confeccionar políticas públicas que são em sua maioria feitas por pessoas que estão longe da realidade concreta do fazer profissional. Esta função se repete no artigo 5°, como atribuições privativas do assistente social quando o que estiver em pauta se referir à matéria do Serviço Social.
Batista (2000) vê o planejamento como processo político, como uma sequencia de decisões que ocorrem nas relações de poder, onde há o jogo das vontades políticas de diferentes grupos. Aqui é necessária uma ação estratégica que trabalhe as diversas vontades envolvidas articulando o elemento técnico com o elemento político.
Planejar em Serviço Social constitui-se uma ferramenta fundamental para as ações que serão desenvolvidas dentro do espaço ocupacional em que o profissional está inserido. Evidente que, dado ao dinamismo da realidade e com os imprevistos que esta realidade supõe, às vezes, o planejamento tem alguma alteração ou até mesmo pode ser deixado de aplicar. No entanto, para ações profissionais é de fundamental importância ter um plano de ação para delinear o onde, o quando, o porquê e sobre tudo a quem vão se direcionar as ações, para que os resultados sejam eficazes e se tenha o maior alcance possível dessas ações.  É importante ressaltar que essa ferramenta (planejamento) pode estar imbuída de interesses para além dos que estão postos nas demandas institucionais. Dito de outra forma, o planejamento pode sofrer a influência de interna quando se trata de correlação de poderes (disputas políticas por cargos como, por exemplo) dentro da instituição ou externa quando é eivada pela orientação neoliberal de condução de política pública.
 Dessa forma, planejar em Serviço Social é um ato de extrema consciência, pois demanda uma apreensão do real, é uma percepção da complexidade idearia em que se movimenta a atual sociedade que é, antes de qualquer postulado, gestado dentro dos moldes do capitalismo monopolista (NETTO, 2011). Esta gestação implica em tencionar a manutenção de uma relação de exploração e desigualdade social.
 Nisso se impõe a necessidade do assistente social como mediador de conflito de interesses de classe – que tanto pode aderir às imposições do monopólio quanto pode ser mediadores das demandas das classes subalternas. Urge, então, deste profissional uma reflexão teórica e crítica acerca do planejamento das suas ações. Guerra (2011) diz que a questão da feitichização dos instrumentos e técnicas (entre estes o planejamento) em Serviço Social, engendra uma falsa superioridade na prática profissional e que a feitichização dos métodos, instrumentos e técnicas são determinações sócio-históricas e que independem de uma posição teórica ou ideológica “e que as metodologias e o instrumental técnico e político, enquanto elementos fundamentalmente necessários à objetivação das ações profissionais compõem o projeto profissional.” (GUERRA, 2011, p. 169).
 Como se observa o ato de planejar em Serviço Social carece de um olhar crítico da realidade social a ser alcançada neste planejamento e que há de se considerar os conflitos entre as classes envolvidas para que a ferramenta do planejamento seja eficaz no sentido de garantia de direitos da população atendida pela assistência social.
O planejamento é, finalmente, arma de ação estratégica não só no campo da Administração, enquanto ramo da ciência. É arma porque deve ser usada em favor das demandas dos usuários e deve ser revestida de posicionamento ético e político com a finalidade de alcançar a diminuição de desigualdade social instaurada em nossa sociedade.

3. APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO E INSTITUIÇÃO
            O questionário conta com cinco questões. A primeira versa sobre como é realizado o planejamento na instituição e com que frequência; a segunda questiona quais as principais dificuldades enfrentadas na realização do planejamento; a terceira foca nas dificuldades no planejamento em equipe e sua consequente execução; a quarta discute sobre o pós-planejamento, se há alguma avaliação e como ela é feita; a quinta coloca em pauta os principais desafios que se enfrenta na gestão.
 Foi aplicado na Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA, na cidade de Mossoró/RN, com a profissional da Assistente Social (para preservar a identificação ocultou-se o nome e registro da profissional) funcionária do quadro permanente da UFERSA, nos dias 08 de outubro de 2014. A instituição conta com o serviço de Assistência Social mais voltada ao corpo discente com programas de assistência estudantil, bolsas de permanência acadêmica e auxílios aos estudantes. Porém não esta descartada o atendimento aos demais setores da instituição (corpo docente e técnicos administrativos). A UFERSA foi criada em julho 2005 pela lei 11.155/2005 e conta com um campus central e três localizados em três municípios do Rio Grande do Norte: Angicos, Caraúbas, e Pau dos Ferros.  A instituição teve conceito 4 em 2013, na avaliação de Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição- IGC,  indicador de qualidade que avalia as instituições de educação superior realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

3.1 Resultados da aplicação do questionário

 Na primeira questão a profissional relatou que o serviço de assistência é independente na sua atuação, porém esta ligada ao departamento administrativo. E que o planejamento em Serviço Social é realizado de forma conjunta e ao mesmo tempo, direcionado ao trabalho realizado pelo setor administrativo. Que a frequência de reunião era de uma vez por mês, com todas as profissionais do Serviço Social durante um dia de expediente.
Na segunda questão ela relatou que durante o planejamento as dificuldades quase não existem e que tem a disposição salas de reunião adequadas, profissionais disponíveis, qualificados e interessados. Relatou que existe uma agenda bem administrada e os recursos materiais estão disponíveis na medida do possível.
Na terceira questão ela apontou que as principais dificuldades são os recursos financeiros, uma vez que é um setor independente dentro da instituição, por isso não possui verba destinada somente para as atribuições inerentes ao trabalho do Serviço Social.
Na quarta questão ela respondeu que a avaliação é realizada por semestre, uma vez que se trata de uma instituição de ensino superior, e o calendário segue o ano letivo. Informou ainda que as avaliações são realizadas através de dados coletados do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas - SIGAA, que é uma ferramenta de informações dos alunos, dos formulários de atendimento e entre outros processos de informação. Ela relatou, ainda, que a reunião de avaliação do Serviço Social é realizada com os gestores da instituição.
Na quinta e ultima questão a profissional elencou três principais desafios que se destacam: 1° divergência de opiniões quanto ao fazer; 2° Carência de conhecimento do gestor com relação ao trabalho do Serviço Social na educação e 3° que em alguns aspectos relevantes a centralização administrativa.

3.2 Análises dos resultados

            As informações coletadas pelo questionário aplicado na UFERSA permitiram perceber que o Serviço Social nesta instituição tem um planejamento independente e sem muitas dificuldades para ser realizado. Seu planejamento é semestral e realizado de forma conjunta com direcionamento do setor administrativo. Quanto à execução a dificuldade encontrada foi com a área financeira. A avaliação também é semestral e conta com a ferramenta do SIGAA para subsidiar as informações, a reunião de avaliação conta com a participação dos gestores. Finalmente ela pontuou três desafios: Divergência entre os profissionais da assistência em relação aos procedimentos; falta de conhecimento por parte do gestor com relação às atuações dos profissionais da assistência e a centralização administrativa de poderes. Como se observa o planejamento em Serviço Social é uma ferramenta de extrema importância no que tange a garantia de direitos e a diminuição do desfavorecimento de uma classe, pois nela os profissionais da instituição pesquisada tem autonomia profissional em suas ações na execução das políticas públicas ofertadas na instituição.
Essas ações podem ficar a mercê das políticas pré-agendadas pelo governo que gesta a instituição, nesse caso o Governo Federal. Nesses termos, exige-se além de habilidade com os instrumentais do Serviço Social uma reflexão teórica da ontologia do ser social na qual se destina a aplicação dos benefícios. Outra ponderação é a colocação feita pela profissional na qual admitiu divergência de procedimentos entre os profissionais da assistência, o que na opinião dela é prejudicial. O consenso é um objetivo dentro das divergências, pois é natural que existam pensamentos diferenciados, e é aqui que nasce a compreensão do pluralismo defendido no Código de Ética da categoria. A de se observar que um dos desafios é superar a visão que se tem por parte da gestão da universidade tem acerca do trabalho da assistência social, o que Netto (1992) chamou de mero executor terminal das políticas sociais ou alguém está ao cumprimento de atividades preestabelecidas.
Finalmente, e ainda relevante foi, a centralização administrativa e de poder que se tem na instituição que limita burocraticamente a atuação planejada/desplanejada do profissional (neste caso se houver demanda emergente por parte dos usuários). Iamamoto (2011, p. 21) Afirma que o “[...] profissional tem competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais.” Logo se percebe que é um espaço na instituição que deve ser alcançado não apenas na consciência profissional endógena, mas uma afirmação do espaço que tem a profissão na divisão sócio-técnica do trabalho.

4. CONCLUSÃO

            Concluiu-se que a atuação do profissional da Assistência Social dentro do referido espaço sócio ocupacional, no que tange ao planejamento pode ser engessada pela burocracia aqui se releva pela “tecnocracia” gestadas pelo sistema de informação SIGAA, e pela cadenciada pelo calendário acadêmico. A centralização de poder é sempre constante nos campos de atuação da assistência social. A falta de verba e às vezes estrutura para execução do planejado é outra constante na categoria. Esses elementos (sozinhos ou combinados) podem permear o fazer profissional, distanciando este da dimensão ontológica do ser social, da apreensão da totalidade de vida que estão inseridos os alunos que usam as políticas públicas ofertadas. O Serviço Social é uma profissão dotada de saberes que permeiam as questões colocadas e pode se contrapor e até superar tais questões. Na contribuição de Imamoto:
[...] o Serviço Social é uma profissão que, como todas as demais, envolve uma atividade especializada - que dispõe de particularidades na divisão social e técnica do trabalho coletivo - e requer fundamentos teórico-metodológicos, a eleição de uma perspectiva ética e a formação de habilidades densas de política. (IAMAMOTO, 2004, p. 9).
 Assim, a atuação com relativa autonomia profissional, com uso das dimensões técnico-operativa; teórico-metodológica e ético-política podem desmanchar as barreiras colocadas durante o planejamento; desconstruir a visão reducionista que se tem acerca do trabalho do assistente social; conciliar as possíveis divergências e avançar na correlação de forças e poderes para garantir a assistência estudantil que promove e dá estrutura outro direito essencial: a educação.

REFERÊNCIAS:
BAPTISTA, Myrian Veras. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras Editora, 2000.
BRASIL. Lei 8662/93 de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de assistente social e dá outras providências.
CFESS. Código de Ética Profissional do Assistente Social. 1986..
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6° ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do Serviço Social. 9° ed. São Paulo Cortez, 2011.
IAMAMOTO, Marilda Villela. As Dimensões Ético-políticas e Teórico-metodológicas no Serviço Social Contemporâneo. Texto base da conferencia magistral do XVIII Seminário Latinoamericano de Escuelas de Trabajo Social, San José, Costa Rica, 12 de julio de 2004. Disponível em < http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto2-2.pdf> . Acessado em 20/042015
­­­___________, Marilda Villela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 24° ed. São Paulo: Cortez, 2011.
INEP. Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição – IGC. Disponível em <http://portal.inep.gov.br/educacao-superior/indicadores/indice-geral-de-cursos-igc.> Acessado em 15/04/2015.
NETTO, José Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 8° ed.São Paulo: Cortez, 2011.

UFERSA. Nossa História. Disponível em <http://reitoria.ufersa.edu.br/nossa-historia/> Acessado em 15/04/2015.

DESTRUIÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E/OU PRIVADO NAS MANIFESTAÇÕES. Análise do projeto de lei do deputado federal, líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).

RESUMO:
 A proposta deste artigo é analisar o projeto de lei, do deputado Eduardo Cunha, para  questionar e discutir sobre as reais motivações das recentes manifestações que vem ocorrendo,, especialmente no núcleo mais “violento”, onde ocorre confronto contra o poder do Estado e os atos de depredações. A partir do Manual suscitarei questionamentos ao projeto e, ao mesmo tempo porei em discussão, fazendo um resgate histórico de manifestações e iluminado por autores clássicos  e atuais, os reais motivos das manifestações com “violência” quando elas ocorrem. Também chamo a atenção para a primeira violência que atinge a massa desfavorecida.

PALAVRAS-CHAVE: Violência. Protestos. Lei. Estado. Interesse Econômico.

ABSTRACT:
 The purpose of this paper is to analyze the bill, Mr Eduardo Cunha, to question and discuss the real motivations of the recent events that has occurred, especially in the core more "violent", where confrontation with state power occurs and acts of vandalism. From the Manual raise questions to the project and at the same time I put in discussion, making a historical demonstrations and lit by classic and current authors, the real reasons for the demonstrations to "violence" when they occur. I also call attention to the first violence affecting the disadvantaged mass.

KEYWORDS: Violence. Complaining. State law. Economic Interest.

1 INTRODUÇAO

O projeto de lei proposto pelo deputado Eduardo Cunha (RJ) em 10/09/2013 que consiste em aumentar a pena - que hoje varia de seis meses a três anos para uma que varia entre oito e doze - anos de para quem depreda patrimônio público ou privado é polêmico e confronta diretamente a iniciativa de ir às ruas e manifestar e/ou protestar. Nessas iniciativas é de previsão inclusive das autoridades competentes que haja quem deseje se confrontar com a polícia ou quem deseje depredar prédios do poder estatal ou de representação econômica (instituões financeiras). Como existe um comndio - Manual de Redação da Presidência da República - que norteia como devem ser elaborado as leis, me propus a analisar em principio pelos apontamentos dados no Manual e depois, em cada ponto (e às vezes), com maior reflexão trica a respeito da tetica no que diz respeito a constituição da sociedade, democracia, exploração econômica, direitos sociais, direitos humanos, conquistas históricas, lutas de classes e símbolos ideogicos.
O que se pretende é racionalizar e discutir para além da lei e ir de encontro das reais motivações explicitas/implícitas nos atos de supostos vandalismos ocorridos durante as manifestações. O tema é controverso e divide opiniões e nessa divisão há uma massiva tendência, inclusive influenciada pela mídia, em só repudiar sem, contudo, observar e apreender e aprender com os fatos que ocorre nas manifestações e que não são novidades, pois nos marcos históricos há incidência de ocorrências da mesma natureza.
Abaixo transcrevo a proposta de alteração na lei do deputado:

[...] O Congresso Nacional decreta: Art. O art. 163 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, passa a vigorar com a seguinte redação: CAPÍTULO IV DO DANO Dano Art. 163 [...] Dano qualificado [...] § - Se o crime é cometido: [...] Dano ao patrimônio qualificado pela influência de multidão em tumulto. § Se o crime é cometido contra o patrimônio privado e/ou da União, Estado, Município,   empres concessionária   d serviços   públicos   ou sociedade de economia mista, sob a influência de multidão em tumulto, provocado deliberadamente. Pena - reclusão, de oito a doze anos, e multa, além da pena correspondente à violência.” (NR) Art. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (PROJETO DE LEI Nº 6307/2013, Congresso Nacional, 2013).

O projeto também traz a justificativa de tal alteração e argumenta em seu escopo a “proteção ou tutela de bens alheios públicos ou particulares, móveis ou iveis” apresenta os protestantes mais inflamados de “baderneiros” ou de agentes que pratica atos de vandalismo que tem seus atos praticados de forma anárquica e deliberada e acaba sua justificativa dizendo que a violência nas manifestações é despropositada.

2 DESENVOLVIMENTO

CRITÉRIOS SEGUNDO O MANUAL:

1.1.          Qual o objetivo pretendido?

Aqui o objetivo é claramente punitivo.  No entanto, não efetiva a resolução e visa  a    defesa  do  patrimônio  em  detrimento  de  buscar  a  real  cerne  do problema, ou seja, é preciso primeiro postular o que causa revolta e violência e destruição dentro dessas manifestações?   Se que o ser humano ou pelo menos alguns deles nascem predispostos a serem destruidores ou se formam em destruição patrimonial? Não há, nesse caso, um determinismo biológico Laraia (2001), uma vez que o é a racionalidade biológica que determina as diferenças de comportamento entre homens e mulheres, mas a cultura de cada grupo que explica essas diferenças processo conhecido como endoculturação. Behring-Boschetti (2007) citando Oliveira (1998) diz “[...] que o fundo público sofre pressões e funciona como um elemento fundamental para reprodução do capital [...] existe uma tensão desigual pela repartição do fundo público. (p.174) Nesse caso estamos tratando de um grupo que tem determinantes culturais de exploração da uma classe sobre a outra e de um Estado falido que o reverte à arrecadação em políticas sociais que mudem as estruturas de desigualdades. Citando ainda as mesmas autoras (20007): “[...] a tendência geral tem sido a de restrição e redução dos direitos sob o argumento de crise fiscal do estado, transformando as políticas sociais [...] em ações pontuais e compensatórias direcionadas para os efeitos mais perversos da crise[...]. Perceba que existe uma crise instaurada no sistema de governo neoliberal iniciado na cada de 90, onde quem sofre é a classe menos favorecida na correlação de forças de ordem econômica e que o Estado - que deveria agir em favor dessa classe com medidas efetivas que mexam nas estruturas econômicas adota paliativos para diminuir o mais perverso e justificar a manutenção de crise que por sua vez foi concebida pela exploração econômica. Nessa cultura de exploração e agora coloco que não econômica, mas de direitos garantidos na carta magna é que nasceu e cresceu os manifestantes.
Se os objetivos pretendidos são de contenção da depredação e fim da violência é necessário buscar os supostos e pressupostos que motivam a demolição do patrimônio.

1.2.          Quais as raes que determinaram a iniciativa?

As  razões são deprimeirvista  dordeodcontençãda violência e proteção do patrimônio. Mas com um pouco de criticismo vemos que é uma questão de ordem econômica suplantando a social. A necessidade de uma defesa de patrimônio é indispensável no estado democtico de direito, porém esse mesmo estado democtico é falho, e muito, no que tange as previsões constitucionais e legais de justiça social, igualdade de oportunidades, educação saúde entre outros que é tão evidente e, inclusive, faz parte das reivindicações nas manifestações. Porque o Senhor deputado, que como político acompanha as mazelas do povo, não se empenhou em promover leis que prendam em 12 anos a quem deveria, por exercício de função ou cargo eletivo, garantir que os direitos das pessoas de justiça social, igualdade de oportunidades, educação saúde?
Para uma melhor reflexão reproduzo as palavras de contribuição as minhas pesquisas do especialista em Direitos Humanos pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, Ramom Rebouças que diz:

Além disso, é mais "justificável" ou "compreensível" se causar um "dano" ao patrimônio movido por sentimento de revolta e indignação coletiva do que "furtar" recursos públicos (prejuízo ao patrimônio público, ao erário) quando se finaliza ganhos pessoais ou coletivos iletimos, ilegais e imorais”. (texto enviado via email eletrônico).

É uma ponderação que se faz quando o patrimônio é atingido eclodem normas punitivas, mas quando as pessoas são privadas de seu direito um hiato de silêncio. Acredito que a razão, acima de tudo, é econômica e não mais do que isso.

1.3.          Neste momento, como se apresenta a situação no plano fático e no plano jurídico?

Aqui é fácil a análise, pois existe legislação que aborda o tema, ou seja, no código penal:

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:   Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Dano qualificado. Parágrafo único - Se o crime é cometido:  I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; […]  Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Conforme exposto existe previsão jurídica para a problemática e o problema é que leis que legislam um tema já abordado em lei anterior em subsunção a ordem econômica muda-se o perfil e finalidade do Estado que era para servir ao cidao para um Estado cada vez mais punitivo e impositivo restando aos desprivilegiados a patrulha excessiva do seu governo. A proposta de aumentar a pena (que vareia entre seis meses a três anos) para doze anos é claramente aterrorizante e o cumpre os objetivos de uma "sanção penal", que não deve ser apenas punitiva, mas pedagógica, tanto educando o apenado quanto os demais membros da sociedade, além de deve ser, sobretudo, ressocializadora (já que não temos, no Brasil, pena perpétua ou de morte, exceto em caso de guerra declarada).
O aumento de pena pretende demonstrar o caráter desproporcional da sanção, especialmente se considerada a tutela de outros bens jurídicos, como a própria vida. Em muitos homicídios, a pena sequer chega à mínima postulada para  os  crimes  de  danos  ao  patrimônio  público.  Não se  pode  deixar  de perceber que, embora haja excessos, por parte de alguns manifestantes, os movimentos  sociais  têmessencialmenteumíndole  política.  Portanto, no atual momento em que vive o país, que o é cenário de guerra civil ou de instabilidades profundas provocadas pelas reivindicações populares - mais danosas parecem ser as ações ou negligências da classe política -, pode-se compreender que esta proposta de lei representa uma afronta ou tentativa de combater à liberdade democrática, uma vez que os crimes estão prevista no Código Penal, cabendo à aplicação da lei, o apenas da lei penal, mas, especialmente a efetivação dos direitos reclamados pelas movimentações públicas dos cidadãos, o que não pode ser deslegitimada por excessos de alguns, de exceções e minorias. Não se justifica uma alteração legislativa, a o ser se for para comprar às leis de "segurança nacional" típicas de Estados totalitários, que marcaram ou mancharam a histórias de regimes ditatoriais.

1.4. Que falhas ou distorções foram identificadas?

Falha vai além do projeto de lei.  Ela está enraizada no tipo de sociedade que se formatou no país ao longo das últimas décadas. O cientista político Jo Murilo de Carvalho publicou no Jornal do Brasil, em 24/06/2001, p. 8, um artigo que traz uma reflexão sobre o tipo de democracia” instituída no Brasil. Coloca que não existe cidadania, mas de estadania:

Nosso Estado, [...] não se cola à nação ou a qualquer tradição de vida civil ativa. Não é um poder público garantidor dos direitos de todos, mas uma presa de grupos econômicos e cidadãos que com ele tecem uma complexa rede clientelista de distribuição particularista de bens públicos. A isso chamo de estadania. (José Murilo de Carvalho publicou no Jornal do Brasil em 24/06/2001, p. 8).

Esse estado de estadania é claramente espoliado aos interesses econômicos que suplantam os direitos de todos. Ela impõe a determinação econômica para fazer os desmandos dentro de uma sociedade que deveria ser democrática. Desmandos porque se sobrepõe a princípios elencados na Constituão Federal, porque consegue tapar as reais causas dos danos e violência, e por fim porque protege as portas de vidro de instituição financeira e o os olhos de uma pessoa que foi covardemente agredida com spray de pimenta por um representante do Estado (polícia militar).
Falha quando superlegitima as ações do Estado em detrimento de uma busca mais democrática, humana e, principalmente real dos problemas que a ordem econômica vigente implanta na sociedade. As manifestações são palco mais expressivo de participação popular na trajetória do país e é também a fonte mais natural dos anseios da população. A falha está em desconsiderar esses elementos e buscar formas de aumentar o poder de repressão do Estado.

1.5. Que repercussões tem o problema que se apresenta no âmbito da economia, da ciência, da cnica e da jurisprudência?

É de se lamentar que na ordem das repercussões a econômica é colocada em primeiro lugar, isso mostra a tendência do Estado em reforçar e manter a ideologia de imposição de uma suposta ordem econômica”. E depois vem a ciência, a técnica e a jurisprudência... Mais lamentável ainda e ver que na criação de atos normativos é desconsiderado o humano e o social. Afinal as leis não são para regular as relações sociais? Não são para garantir que os direitos humanos sejam preservados? Não é o fundamento da Constituão Federal  a cidadania e a dignidade humana? (artigo 1° inciso I, II). A República Federativa do Brasilo signatária da Declaração Universal dos Direitos Humanos? Está declaração tem em seu preambulo a seguinte consideração: Considerandque  o  reconhecimento  ddignidade  inerente  a  todos  os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo [...]. Acredito que aqui neste ponto do manual (1.5.) deveria estar presente em primeiro lugar à dignidade humana como alvo de repercussão na criação do ato normativo.

1.6. Qual é o conjunto de destinatários alcaados pelo problema, e qual o número de casos a resolver?

Fica fácil evidenciar que o ato punitivo é em detrimento de uma maioria. Pode se considerar que os ditos vândalos” são uma pequena parcela, mas como as manifestações em massa envolve um grande número de pessoas que na maioria das vezes são de difícil identificação e que os vândalos” se misturam aos demais, o ato normativo acaba tolhendo a mobilização causando um medo, na maioria dos manifestantes, de serem confundidos e serem presos. E isso não é incomum, pois a polícia militar de São Paulo há pouco tempo apreendeu um jornalista, visivelmente identificado, por portar uma garrafa de vinagre (preso como manifestante).

1.7. O que poderá acontecer se nada for feito? (Exemplo: o problema tornar-se-á mais grave? Permanece estável? Poderá ser superado pela própria dinâmica social, sem a interveão do Estado? Com que consequências?).

Conforme apontado à proposição de criação de uma norma que altere o digo Penal não vai de encontro a cerne do problema. Não é esse o caminho a ser seguido! O que tem que ser feito é justamente entender o porquê da depredação do patrimônio público ou privado. Existe questões maiores que devem ser discutidas a luz   de uma visão da sociedade mais humanitária justa e igualitária.
É de se negar fatos históricos de formatação da nação e do mundo quando se taxa de vândalos os que promovem a destruição de um patrimônio. Há questões simlicas e representativas quando se promove a derrubada de um vidro de uma instituição financeira ou quando se ocupa um prédio público. Hobsbawm (1996) afirma: que em tempo de revoluções nada é mais poderoso do que a queda dos símbolos.  A queda ou destruição da Bastilha (prisão francesa que simbolizava a autoridade real) fez do 14 de julho a festa nacional francesa [...]   e simbolizou para o mundo ocidental o marco da revolução francesa da onde extraímos os ideias de  Liberté, Egalité, Fraternité (Liberdade, igualdade, fraternidade, em francês). O movimento ludista também foi tido com depredação do patrimônio e motivo de criação de lei, Hobsbawm diz:

[...]que os trabalhadores de espirito simples reagiram ao novo sistema destruindo as maquinas que julgavam ser responsáveis pelos problemas [...] atividades ludistas [...]  Os trabalhadores e a queixosa pequena burguesia, prestes a desabar no abismo dos destitdos da propriedade partilhavam portanto dos mesmos descontentamentos. Estes descontentamentos por sua vez uniam-nos nos movimentos de massa do “radicalismo” e da democracia” ou da “república”[...] (HOBSBAWM, 1986, p.28)

O Ludismo, enquanto prática de destruição dequinas, foi revidado com leis cada vez mais severas para punir os envolvidos em revoltas, mas a sua cerne não era a destruição em de máquinas, mas uma revolta contra sistema que encurralava os trabalhadores em condições de vida precárias e sub-humanas com casas insalubres, mal ventiladas, sem água e com ssimas condições sanitárias.
Nesse tom posso citar ainda o primeiro de maio que é palco de comemoração aos direitos trabalhistas, mas em sua essência foi uma manifestação de revoltosos que reivindicavam melhores condões de trabalho. Ouve um conflito entre trabalhadores e policiais com resultado na morte de sete policiais e doze manifestantes.
Recorri a fatos históricos de séculos passados, mas poderia visitar também um passado ressente e nacional vivenciado pelos nossos pais ou avós que sofreram as amargas na ditadura militar. Entre os números casos, que existe  qu são   conhecido e/ou   desconhecidos, vou   cita  do revolucionário Carlos Marighella, que, em sua luta, foi taxado de terrorista. O personagem da luta contra a ditadura hoje é visto como um herói da resistência ao regime. Ele se envolveu em luta armada trocou tiros com a polícia e roubou, criou a Rádio Libertadora como alternativa à censura imposta pelos militares contra a imprensa. Em outros termos, foi opositor radical ao sistema.
O que se coloca em pauta nessa discussão é a motivação inicial que leva as manifestações e mais especificamente o que leva alguns manifestantes a o se comportarem de maneira pacífica. A proposta é de que se isso ocorre num momento de mobilização social de massa onde as pessoas saem às ruas para manifestar e reivindicar direitos e dentro das manifestações ocorre os atos de depredação de prédios públicos e privados nos leva a repensar o porquê isso acontece. de se ver que existe outras formas de expressões implícitas do que mera depredação. uma derrubada de símbolos; de luta contra regimes ou de retrucar uma violência que tem uma origem que o é no ato de quebrar uma vidraça ou atirar uma pedra em um policial, mas na forma com que somos tratados enquanto cidadãos.
Os símbolos são representações arquetípicas do inconsciente coletivo tão estudado por Jung (2000) e, segundo ele:

[...]O conteúdo dos arquétipos são do inconsciente coletivo). [...] a exisncia de determinadas formas na psique, que estão presentes em todo o tempo e lugar Não se desenvolve individualmente, mas é herdada [...]e podem torna-se conscientes conferindo uma forma definida aos conteúdo da consciência. (Jung 2000, p. 53 e54).

Jung, em sua obra, ao falar de arqtipos maternos disse que estes estão representados nos símbolos e que estes mbolos podem ter um sentido positivo, favorável, ou negativo e nefasto (Jung   2000 p. 92). Sob essa luz observamos que as reações de revoltas de destruição na queda da bastilha, no movimento ludista, no 1° de maio em Chicago e mais recentemente nas manifestações de rua do país são levantes contra símbolos que tem um sentido negativo e nefasto de reação a um arquétipo de dominação que reside no in(consciente) de uma massa vilipendiada em seus direitos. Acredito que a diferença entre os mais atinados a violência e os mais pacíficos reside no grau de violência sofrida pelo sujeito ou no medo que este tem da repressão que pode sofrer. Mas que todos, em seu inconscientes e conscientes, estão compreendidos que são a parcela desigua explorada e deteriorada da população.
No caso, ora estudado, os pdios são símbolos do poder econômico e político. Representações de um arqtipo do mal, da opressão de dominação econômica e política que ganham forma definhada através das imponências de seus pdios que se erigem na sociedade. Nos modos de produção escravista, asiático ou feudal existia a dominação e exploração política e econômica de uma classe pela outra e dessa forma preexistia o arqtipo do mal dominador e explorador. No entanto, no modo de produção capitalista Marx diz que:

A sociedade toda cinde-se, cada vez mais, em dois grandes campos inimigos, em duas grandes classes que diretamente se enfrentam: burguesia e proletariado [...] a burguesia pôs a exploração seca, direta, despudorada, aberta. [...] arrancou à relação familiar o seu comovente véu sentimental e reduziu-a a uma pura relação de dinheiro.” (Marx e Engels 1997, p. 30 e 33).

Com acréscimo de dominação e exploração por parte de uma classe, as reações aos arquétipos representados nos mbolos dessa classe também se efervesceo. Aqui basta ver a correlação de força desde o nascituro da oposição de classes entre burguesia (dominação) e proletariado (dominado). Percebe-se que no desenvolvimento histórico desse modo de produção as revoltas e derrocadas de símbolos tem maior frequência e relevância nessa forma de sociedade.
Os ataques não são aleatórios, é contra pdios públicos (símbolos do poder do Estado), instituições financeiras (símbolos da dominação econômica), e  polícia  militar (símbolo  de  repressãdo  Estadoque  os  chamados pela impressa de vândalos radicais praticam ocupação, vandalismo ou violência. Isso demonstra que as revoltas mais violentas e de vandalismo tem um foco, um símbolo ideogico, ou seja, é contra a representação de dominação seja política ou econômica que se revoltam. De fato, quando isso acontece há um prejuízo para sociedade que se utiliza desses espaços público/privado, mas o que não pode se perder é a consciência de que há uma provocação primeira e que as revoltas em sua maioria são retorno de uma provocação feita à conta gotas por quem domina economicamente e/ou politicamente.

 3 CONCLUSÃO

Os apontamentos dados pelo Manual dimensiona as razões e objetivos do projeto de lei que visa legitimar a ação de um Estado que é a cada manifestação, mais repressor fica. Ainda mais, nos diz as falhas na criação da lei em o ter uma finalidade humana, social e realmente objetiva para chegarmos ao mínimo de sociedade justa e igualitária. E, acima de tudo desconsidera o que poderia ser mais bem refletido, que é justamente uma violência sofrida antes, pelo coletivo, que responde a isso, mas sua reposta o é entendida por quem deveria.
Para finalizar me recordo das palavras de Jo Datrino, mais conhecido como Profeta gentileza que pintava nos viadutos do Rio de Janeiro e, tamm falava a sua celebre frase: "Gentileza gera Gentileza". que nesse caso é: Violência gera Violência.

REFERÊNCIAS:

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HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções: 1789-1848. 25. Ed. SP: Paz e Terra, 2010.
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LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um conceito antropológico. 14ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. 2ª ed. Editorial Avante, Lisboa 1997. Disponível em < http://www.pcp.pt/publica/edicoes/25501144/manifes.pdf>. Acesso em 26/09/2013.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. ONU, 1948.
REBOUÇAS, Ramom Nolasco de Oliveira. Mensagem pessoal. Recebida de ramonreboucas@yahoo.com.br  em 18/06/20